Os sistemas de suporte à decisão, também conhecidos por sistemas de apoio à decisão, são processos/programas desenvolvidos para ajuda na tomada de decisões. Têm como pressuposto base a recolha e transformação de grandes quantidades de informação, estruturando a informação, para posteriormente ser apresentada por forma a auxiliar gestores, decisores, administradores a atingir os fins a que estes se propõem. Por norma estão direccionados para áreas empresariais sendo o seu utilizador comum o gestor de empresa. Estes sistemas encontram-se hoje massificados nas mais diversas áreas de negócio, desde a banca, à restauração, ao retalho, hospitais e administração pública.
A sua génese data de 1947, quando o Nobel em economia, Professor Herbert Simon, publica no livro intitulado “Administrative Behaviour”, uma introdução à teoria do Sistemas de Suporte à Decisão. Herbert Simon apresenta três ideias onde enuncia as possibilidades/potencialidades deste tipo de sistemas:
1- A informação presente em computadores aumenta a capacidade racional do decisor, quando disponível nos momentos de tomada de decisão.
2- A criação de canais de comunicação, entre centros de decisão, aumenta a sua qualidade na tomada de decisão.
3- Perante a repetição de acontecimentos uma organização pode armazenar conhecimento aumentando a sua capacidade do decisor na tomada de decisão.
Estas ideias surgem numa época embrionária dos sistemas computacionais, apresentando os computadores pouca interacção com o utilizador e baixa capacidade de processamento. Esta teoria surge como foco de orientação para o desenvolvimento de sistemas capazes de auxiliar o processo decisor, não tendo à época aplicação imediata.
Na década de 60 surgem os primeiros sistemas de base de dados (SGBD), dotando as organizações de capacidade de armazenamento e leitura de informação estruturada, dando o mote para o aparecimento dos primeiros sistemas de suporte à decisão na década seguinte.
Anos 70
Nos anos 70 surgem os primeiros sistemas de apoio à decisão, recorrendo a simples modelos qualitativos, permitindo o acesso e manipulação de informação financeira e estatística de forma bastante elementar. Jonh Little apresenta um SSD, de nome Brandaid, para suporte empresarial no auxílio à tomada de decisão envolvendo produtos, preços e promoções. No final da década, dois estudantes de Harvard, desenvolvem aquela que se viria a tornar uma das ferramentas mais utilizada no mundo na área do planeamento financeiro, a folha de cálculo, tendo o condão de massificar a utilização de micro computadores por gestores nas organizações.
Anos 80
Na década de 80 aparecem vários sistemas de suporte à decisão, sistemas de informação executiva (EIS), sistemas de apoio à decisão em grupo (GDSS) e sistemas de apoio à decisão organizacionais (ODSS), evoluindo a filosofia de desenvolvimento “mono utilizador” para uma filosofia orientada ao modelo. Nesta época inicia-se ainda o desenvolvimento de sistemas baseados nos modelos Knowledge-driven e document-driven, sendo o primeiro suportado por uma onda visionária dos sistemas de Inteligência Artificial.
Os anos de 90 são prósperos para os sistemas de apoio à decisão como o aparecimento dos datawarehouses e as bases de dados OLAP (On-Line Analytical Processing).
Em 1999, Haettenschwiler categorizou um SSD como sendo:
· Passivo, ajudando no processo de tomada de decisão, sem apresentar soluções ou decisões explícitas.
· Activo, encontrando soluções de forma autónoma.
· Cooperativo, interagindo com o utilizador, permitindo refinar e alterar as sugestões que são dadas. Este input permite que o sistema melhore as sugestões até uma solução final.
Ano 2000 - ….
Com a massificação da internet surgem os sistemas de suporte à decisão online, reduzindo barreiras tecnológicas e geográficas, tornando mais fácil e menos dispendiosa a partilha de informação e conhecimento entre decisores.
· model-driven, onde o ênfase está no acesso e manipulação de modelos estatísticos, financeiros, de optimização e/ou de simulação. Utilizam dados e parâmetros fornecidos pelo utilizador, ajudando-o a tomar decisões, baseado no output dos modelos. Utilização de poucos dados e parâmetros.
· communication-driven, suporta o trabalho colaborativo, permitindo que mais do que um decisor trabalhe sobre uma mesma tarefa.
· data-driven, coloca o ênfase no acesso e manipulação dados da organização, com uma forte componente temporal.
· document-driven, foca-se na gestão, obtenção e manipulação de dados não estruturados, em diversos formatos electrónicos.
· knowledge-driven, disponibiliza regras, procedimentos, entre outros, que ajudam na solução de problemas.
A figura seguinte ilustra a evolução cronológica dos sistemas de suporte à decisão, desde a sua génese até à actualidade.
Referências: